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História
A primeira referência a Pataias data de 8 de Abril de 1153 e encontra-se no documento de doação de D. Afonso Henriques aos monges de Cister. Nesse documento são referidos os limites dos Coutos de Alcobaça - e fere direito na água de coz, e passa por Melva, até à mata de Patayas, donde corta direito por entre Pederneira e Muel até chegar ao mar.
É sobretudo no reinado de D. Dinis que a freguesia conhece um novo rumo. A 17 de Dezembro de 1282, D. Dinis concede o primeiro foral a Paredes da Vitória. Este foral era uma carta de povoação para 30 moradores com vista a defender este sítio da costa, dos piratas. D. Dinis concede, ainda, um segundo foral a 29 de Setembro de 1286. Um terceiro e último foral é concedido por D. Manuel I a 1 de Outubro de 1514 - sendo este uma tradução do segundo foral Galaico-Português de D. Dinis para o Português vigente no reinado de D. Manuel. A primeira referência conhecida sobre a povoação de Pataias data de 1322, quando dois indivíduos de Pataias mudaram de residência para Leiria.
A 17 de Maio de 1368, D. Fernando doa Paredes da Vitória ao Mosteiro de Alcobaça, com o propósito de as suas rendas recaírem para a salvação da alma de seu pai D. Pedro I, que jaz naquele Mosteiro. Ainda no mesmo reinado, a 23 de Julho de 1374, o rei D. Fernando e sua esposa, a rainha D. Leonor Teles, doam Pataias ao Mosteiro de Alcobaça, não só para compensar o Mosteiro da peste e da Guerra mas também como forma de pagamento pelos serviços prestados a Deus e à própria rainha.
A populosa vila de Paredes progrediu muito até ao final do séc. XV, chegando a atingir perto de 600 fogos. Alguns historiadores afirmam mesmo que o Porto de Paredes possuía 17 caravelas para sua defesa. No entanto, devido ao assoreamento, a vila começou a despovoar-se e parte da população mudou-se para a atual Pederneira (Nazaré). A decadência foi tão grande que nas primeiras contagens da população, em 1527, atribuem apenas 27 vizinhos a Paredes. Pataias possuía, à data, 11 vizinhos. Até 1536, era Pataias que dependia de Paredes, onde a população se deslocava para ir à Igreja. A partir dessa data, o capelão já rezava missa em Pataias e Paredes. A partir de 1542, porque a vila já se encontrava despovoada, a sede da paróquia foi transferida para Pataias.
Em 1545, Pataias possuía já 37 vizinhos (cerca de 170 habitantes).
Em 1712, a localidade de Mélvoa, que até então estava integrada na Paróquia de Maceira, passou a fazer parte da paróquia de Pataias.
O repovoamento de Paredes da Vitória ocorre por volta de 1843, quando ali se estabelece Raimundo da Costa e sua mulher, Ana Rosa. Cinco dos seus catorze filhos ficaram residentes nas Paredes. Parte da povoação é descendente de Raimundo da Costa. A atual localidade da Mina surgiu devido à exploração mineira que aí se realizou a partir de 1844.
A inauguração da linha do Oeste, em 1888, contribuiu para a industrialização de Pataias, com o crescimento abrupto da indústria de cal no século XIX e da indústria vidreira e cimenteira na primeira metade do século XX. Por conta da industrialização, nasceu uma nova localidade: Pataias-Gare. Devido à instalação de um gerador termoeléctrico na Empresa Vidreira de Pataias, Pataias foi uma das primeiras freguesias do concelho a receber energia elétrica, na década de 40. O povoamento da Alva de Pataias começou na década de 60, quando parte dos terrenos da Alva de Pataias, propriedade da Câmara Municipal de Alcobaça, foram vendidos à Companhia Portuguesa de Cimento Branco para aí estabelecer a Pedreira e construir um bairro operário. A 16 de Maio de 1984, Pataias foi elevada a vila. No ano seguinte, a 4 de Outubro de 1985, Martingança e Moita, que até então estavam integradas na freguesia de Pataias, foram elevadas a freguesia.
Martingança
Com a reforma administrativa de 2013, a freguesia de Martingança uniu-se a Pataias formando a União de Freguesias de Pataias e Martingança. A primeira referência ao termo Martingança surge em 1597, através de marcações realizadas no Pinhal do Rei. Em 1758, contava com 170 habitantes. Nos Censos de 2011, possuía 1144 habitantes residentes. É, neste momento, a localidade mais industrializada da União de Freguesias.
Toponímia de Pataias
Segundo reza a lenda, a rainha Santa Isabel com o seu séquito, deslocando-se de Leiria para Caldas da Rainha, teria passado por esta zona e sentido os cavalos muito cansados devido às areias que esta zona possuiu, terá dito às suas aias – à pata aias para aliviarem as montadas. No entanto, como se pode verificar, a toponímia de Pataias já existia muito antes da dita lenda. Há, no entanto, diversas hipóteses para a toponímia de Pataias. O extinto Jornal Voz da Paróquia refere que se deverá aos Deuses Pataicos, deuses do povo fenício, que frequentemente viajavam pela nossa costa. Já o Padre José Lacerda defende que Pataias deriva de Patais, oriundo da abundância de patos nas lagoas da região. Outra hipótese sustenta que nestas terras se encontravam as tulhas dos Monges da Abadia de Cister, sendo o termo Pataias um vocábulo indiano que significa tulhas.